24 julho, 2010

Trompe l'oeil


Quem habitualmente viaja pela Europa e tem por hábito visitar museus e palácios, de certo tem reparado nos belíssimos trabalhos de mobiliário feito em pedras duras, (mármores e outras), que aí se encontram, tais como mesas, cómodas, bancos, lareiras, etc...

São verdadeiras obras de arte, feitas com mistura de diferentes pedras e cores, recortadas e encaixadas umas nas outras como se de um puzzle se tratasse.

Num pequeno livro com algumas fotografias de excertos desses trabalhos, encontrei este que me fascinou e decidi tentar uma imitação, pintando o desenho nesta travessa em  porcelana.

O livrinho chama-se "Tableaux de Pierres Dures" e a referida peça é o tampo de uma mesa, que se encontra no Palácio de Versailles, em Paris...

O seu criador foi Martin Carlin, que nasceu em 1766 e morreu em 1785, com apenas 29 anos.

É uma pequena contribuição para os "Amigos da Porcelana", do qual me orgulho de ser membro! 

Espero que gostem!!!


Mª Leonor Santinha (Nônô)

05 julho, 2010

Fragrâncias de Nós

Neste nosso último privilegiado percurso
Que natureza de encantos sem fim
Pensamentos libertados a levitarem na paisagem
Entre montes e montanhas, rios e riachos
Dispo-me do vão, banho-me na primavera
Das fragrâncias emanadas do teu desabrochar
Espraio-me indolente com um suspiro desobrigado
Libertando-me como ave dominante, pairando adormecida
Holisticamente consciente a protagonizar este agora
Em palco montado, figuração mental de percepção interior …
Aqui, nesta estrada de braços e abraços me sustenho
De corpo aveludado sentido, escorrido em mim
Eis chegado o tempo de prosseguir sem dor nem apegos
Mesmo que toldado por feitura idílica e de alma em desterro
Tenho ânsias de conquista e ergo assertivo a espada da vontade
Pois por entre abrolhos brandidos, a teus pés tudo terás……
Adivinho o porvir, pincelando pensamentos furtivos
Este éden multicolor, de fascínio ardente e imaculado
É catarse de sentires que o tempo a seu tempo despediu
Esvazio-me de pensamentos, atrevo-me no espiritual
Já não sou só senão, energia vital pura em perfeita osmose
Impoluta e inefável neste fadário astral …
E apegado ao sagrado, após epopeia estóica, se me volto
Desta sustentável leveza do meu ser, farei a minha lusitana cetra

Plenamente revivescido nestas fragrâncias de nós
Em deambulado fascínio, e neste apogeu celestial…

Despojado da existência corporal, e agora, apenas ecos da expiação
Sobra-me a essência do que já consegui ser
Assim me vou!

Pintura em porcelana  de Noémia Travassos

Poema em dueto de  Noémia Travassos e GildoNorte